Projeto de Arquitetura para o Varejo – Projetos Comerciais
A arquitetura para o varejo é um tipo muito específico de projeto. Extremamente diferente de um projeto residencial ou industrial.
A dinâmica do projeto corre em função das demandas específicas do cliente, que envolvem: prazo de entrega, implantação, estratégia de montagem de loja, cronograma e outros aspectos inerentes ao seu ramo de negócio.
Na Renato Melo Arquitetura nós temos uma metodologia e uma estratégia implantada para ganhar eficiência no desenvolvimento destes projetos.
De forma sucinta, tentarei explicar um pouco sobre as fases e fluxo da informação dentro de um projeto de arquitetura comercial.
Levantamento arquitetônico “in loco” ou “as built” (como construído).
Antes de partir propriamente para o projeto, é necessário passarmos por esta fase. O levantamento poderá ser realizado por nossa equipe ou mesmo fornecido pelo contratante ou proprietário do ponto comercial.
Esta é uma das fases importantes para o êxito do projeto. Nossa equipe vai a campo com instrumentos de medição, trenas a laser, níveis, equipamentos fotográficos, etc. Levantamos toda a infraestrutura existente do shell. Paredes, pilares, vigas, janelas, portas, compartimentos, forros, quadros elétricos, de telefonia, etc.
Esta fase é muito importante e requer extrema atenção. Uma falha que represente em um desenho 10cm maior do que a realidade, pode gerar caos na execução da obra. Imagine um móvel sob medida (produzido em ambiente fabril industrial) que, ao chegar na obra, esteja 10 centímetros maior do que o espaço ao qual está destinada. Não existe na obra a possibilidade de se retirar uma fatia de 10cm deste móvel. O mesmo pode acontecer pelo fato de não ter sido levantado um chanfro ou um “dente” dentro do espaço onde será instalada a loja.
O briefing
A etapa número um é o briefing (programa de necessidades). É o momento onde alinhamos com o cliente o que ele espera do projeto, que tipo de loja que ele precisa, qual a expectativa com relação ao visual (por exemplo, uma loja sofisticada ou uma loja mais popular, para não espantar o seu público alvo), qual o cromatismo, que tipo de cor deve predominar, estratégias de aplicação da marca, etc.
Nesta fase, nós fornecemos informações a título consultivo para que o cliente saiba quais são as várias maneiras e estratégias de expor cada um dos tipos de produto, valorizando os produtos de maior valor agregado, e passando um aspecto de mais popular para aquela linha de produtos que tenham menor valor agregado, ou seja, aqueles produtos nos quais o varejista pode ter um ganho maior no volume.
A setorização
Após a finalização do briefing/programa de necessidades, nós desenvolvemos a traços largos uma setorização. Trabalhamos a partir do levantamento arquitetônico.
Geralmente imprimimos a planta da loja em pequena escala, quase sempre em papel A3 e utilizamos lápis de diferentes cores para lançar os diversos setores dentro da loja, separando os tipos de produto, definindo fluxos, estratégia de posicionamento dos vendedores, fluxos dos clientes desde a sua entrada, a sua permanência até o checkout, tentando conduzi-lo através da maior variedade de setores da loja, sem criar um labirinto ou qualquer tipo de barreira que possa impactar negativamente no fluxo deste cliente.
A loja (ou LUC – Loja de Uso Comercial / ou PDV – Ponto de Venda, como também costuma ser chamada) deve ser fluida, convidativa. Deve absorver o cliente de fora e retê-lo dentro.
Aprovada a setorização com o cliente, avançamos para a próxima fase: o Anteprojeto.
Anteprojeto
Esta fase consiste no desenho da loja em AutoCAD ou SketchUP, onde apresentamos a planta, já com as medidas reais para o cliente. São apresentadas as disposições e dimensões dos móveis, dos expositores, das gôndolas, dos painéis, dos balcões caixa, araras, prateleiras, móveis promocionais e de valorização e diversos tipos de expositores e móveis que compõem a loja.
Esta fase é bastante elástica. É a fase onde o layout pode ser alterado e ajustado sem maiores repercussões nas fases seguintes (evitando assim o retrabalho). Nesta fase deve haver a concretização da expectativa do cliente.
Cabe ressaltar que a experiência própria do lojista deve ser desconsiderada e deve ser traduzida para o projeto pois, provavelmente, não há ninguém que conheça mais daquele mercado em que ele atua do que ele próprio. A equipe de projeto não pode se colocar de forma soberana ou autônoma. É imprescindível que sejam imputados todos os dados fornecidos pelo cliente.
O anteprojeto será alterado das versões e esboços iniciais até amadurecer e alcançar a versão final. Esta versão final, sim, consiste na apresentação em planta da loja e imagem(s) e/ou vídeos da simulação de como a loja ficará quando concluída.
Formalizada a aprovação do anteprojeto o projeto segue para a próxima fase.
Projeto Legal (de legalização)
Esta fase consiste em transformar um projeto ou anteprojeto de construção em um projeto legal – burocrático (documento formal, para legalização).
Em geral, para lojas, a aprovação dos projetos não passa pelas prefeituras municipais, mas passa pela administração do condomínio, do centro comercial, do mall ou do shopping center. Portanto é necessário ajustar e representar o projeto incluindo nele todas as informações solicitadas pelas normas que regem o espaço onde a loja será implantada. Desde as normas técnicas (ABNT), normas da prefeitura municipal, passando pelo caderno técnico do shopping.
Aprovado o projeto na administração ou no SAL (serviço de atendimento ao lojista), damos início ao projeto executivo.
Projeto Executivo.
O projeto executivo de arquitetura tem começo na conceituação de como o projeto será abordado na obra. O projeto executivo, em sua versão final deverá ser o “manual de instruções” para a obra!
A fase intermediária do projeto executivo deve ser o desenvolvimento dos projetos complementares de engenharia. Quando estes projetos são finalizados, é realizada a compatibilização entre eles para que não haja interferências e incompatibilidades entre as diversas disciplinas.
Geralmente, os projetos de engenharia utilizados para o desenvolvimento (caso trate-se de um shell já existente) são:
– projeto estrutural para mezanino (geralmente utilizado para estoque) e estrutural para escada;
– projeto elétrico (dimensionamento e distribuição de circuitos e rede elétrica);
– projeto hidrossanitário, para caso hajam instalação sanitárias e também para lojas do ramo alimentício (água fria/quente e esgoto),
– projeto de cabeamento estruturado e lógica (que é o projeto que irá desenhar a estratégia de implantação dos sistemas de telefonia, lógica, internet, rede interna interligando os diversos terminais de consulta de preços, terminais do balcão caixa, terminais do controle de estoque, etc.).
– projeto luminotécnico (importante para que haja um bom resultado na apresentação correta dos produtos. Em breve lançaremos um novo post sobre projetos luminotécnicos para o varejo. Acompanhe em www.renatomelo.com
– Projeto de ar condicionado (fan-coil, Split, splitão, climatizados, etc.);
– Projeto de PCIP (prevenção contra incêndio e pânico) que pode contar com rede de sprinklers (chuveiros automáticos);
– Projetos de SPDA (sistemas de proteção contra descargas atmosféricas).
Por fim, o gestor do projeto executivo compatibilizará todas estas disciplinas e orientará cada uma delas para que sejam feitos os ajustes necessários. Assim evitamos que, por exemplo, um duto de sprinkler ou de rede de hidrante esteja, em projeto, atravesse um duto de ar condicionado. O que na obra poderia ser uma “bomba” a ser desarmada.
Em geral, nas lojas, os entre-forros não permitem margem para ajustes em improvisações durante a obra. Uma falha destes projetos pode significar um pé-direito achatado ou mesmo fora de norma, dentro de um ponto comercial.
Por final, ficam os projetos de comunicação visual (e visual merchandising) e o projeto de marcenaria (detalhamento dos móveis e expositores). Embora fiquem por último, deve haver muita atenção e cuidado com os prazos de desenvolvimento, pois a marcenaria é uma frente de fabricação muitas vezes mais lenta do que a própria obra civil (piso, forro, luminárias, etc). Alguns produtos especificados, como por exemplo as luminárias, podem não estar disponíveis para pronta entrega, podendo demorar alguns meses para a sua entrega e muitas vezes o lojista não dispõe deste tempo, ou por já estar pagando aluguel, por estar acabando a carência obtida na negociação do ponto comercial, ou mesmo por multa contratual, muito comum quando se tratam de shopping centers (pois as negociações, custos e multas envolvidas são muito pesadas e unilaterais, em geral).
Projeto conceitual e projeto de replicação
Existe ainda dois tipos de projeto. O primeiro é o projeto conceitual (ou projeto completo) que é aquele utilizado para uma loja única, que não seja uma franquia ou uma rede de lojas sob o mesmo nome.
Há também o projeto de replicação, que é um projeto que consiste na replicação daquele conceito/design inicial, porém ajustado a outros mercados, outros pontos comerciais, até mesmo pra outro tipo de público. Assim, além da manutenção da unidade visual da marca há um ganho de produtividade e eficiência na elaboração dos projetos, pois não é necessário “inventar a roda” todas as vezes. A “roda” já foi inventada, lá no projeto modelo.
A replicação de projetos pré-estabelecidos gera economia de custo e prazo na elaboração dos projetos.
Acompanhamento de Obra
Por último, caso seja desejo do cliente, a equipe da Renato Melo | Arquitetura pode ainda prestar uma consultoria de apoio técnico para a gestão e montagem da obra, atuando desde a indicação de fornecedores até o acompanhamento presencial na obra através da contratação de horas técnicas.
Conte com a Renato Melo | Arquitetura para suas novas realizações!
Cordialmente,
Renato Melo.
Acesse nosso site: www.renatomelo.com
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