A mobilidade urbana e o sistema circulatório humano.
Que lições podemos aprender, com o nosso corpo, para aplicar na melhoria da qualidade de vida de nossas cidades?
São várias as experiências bem sucedidas nas quais a solução foi inspirada na natureza. Estes insights encontraram referências e soluções na natureza. As soluções são as mais variadas e atendem às mais variadas áreas. São várias soluções de geometria, materiais, soluções estruturais, entre outras.
O nosso labirinto (responsável pelo equilíbrio) deu a dica para a criação do acelerômetro, capaz de fazer um Segway se equilibrar em somente dois pontos de apoio, tal qual um ser humano. A física de nossos olhos segue até hoje presente nas máquinas fotográficas, digitais ou não. O tronco das árvores, pesados e único nas bases, leves e múltiplos nos galhos superiores são a essência do conceito estrutural dos arranha-céus. A organização social das abelhas já serviu de base para estratégias militares. Os exemplos são inúmeros.
E para as nossas cidades? As possibilidades também são enormes! Muitas soluções já foram apropriadas da natureza e algumas coisas ainda estão aí, para aprendermos.
Neste post gostaria de provocar a seguinte reflexão: vamos analisar nossa cidade como um organismo vivo (o qual realmente é) e confrontar o sistema de circulação das pessoas dentro da cidade com o sistema circulatório do nosso corpo humano.
De começo, um dado importante: o corpo humano é constituído de aproximadamente 10 trilhões (!) de células. Consegue imaginar uma “cidade” com três trilhões de moradias? Isso são mais de mil e trezentas vezes a população mundial atual, de 7.200.000.000 (sete bilhões e duzentos milhões de habitantes).
Cada uma das células necessita de água, oxigênio, hormônios e outros nutrientes. Qual seria o incrível sistema de logística capaz de manter saudavelmente alimentados este enorme número de células?
Convido-os a fazer um exercício de analogia a partir dos elementos que compõem nosso sistema circulatório e outros componentes de nosso biótipo:
- O sangue: Os veículos do sistema de transporte.
- O coração: A bomba ou a fonte geradora de energia. Vamos imaginar, no caso de veículos elétricos, seria a fonte geradora de energia.
- Os vasos sanguíneos: As vias de circulação. Artérias e veias fazem o papel de mão e contramão.
- As células: Nossas casas e nossos locais de trabalho.
- As hemoglobinas, os glóbulos, etc.: Nós, os usuários do sistema de transporte.
Pronto, devidamente montado o cenário vamos agora imaginar!
– Como deverá ser o nosso sistema de transporte em 100 anos?
– Serão os carros de amanhã alimentados por energia elétrica, gasolina, células atômicas?
– Há alguma nova fonte de energia/combustível a ser descoberta?
– Será nosso transporte composto por cápsulas individuais ou plataformas de transporte coletivo?
– O transporte será autônomo?
– Por quanto tempo ainda vamos dirigir nossos carros?
– Qual a solução para o transporte de massas?
– Haverá um modal único capaz de atender deslocamentos curtos e longos?
– Haverá um modal que evite a necessidade de transbordo entre diversos meios de transporte?
Vamos refletir e desenhar o nosso amanhã? Uma coisa parece certa, temos muito que aprender com a natureza e seguramente muito a aprender com o melhor sistema de logística que conhecemos, nosso próprio sistema circulatório.
Para ilustrar este assunto ficam alguns links de interesse:
– Link 2: novas tecnologias de transporte de massa;
– Link 3: novas fontes de energia;
– Link 4: transporte de alta velocidade;
– Link 5: transporte através de drones;
– Link 6: previsão de 1958 da Disney sobre o futuro dos transportes;
– Link 7: Blog com uma infinidade de protótipos de veículos futuristas.
Deixo aqui também um interessantes quadro comparativo elaborado por Brad Templeton.
Desejo uma boa reflexão e uma postura ativa na construção de nosso ambiente urbano!
Cordialmente,
Renato Melo.
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